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ESTOICISMO

Coleção de citações encontradas em meus estudos. [email protected]

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#263 — A vida não é uma dança "A arte de viver é mais como uma luta do que uma dança, porque ser astuto na vida requer estar preparado para encontrar e resistir a ataques repentinos e inesperados." — Marco Aurélio Usar a dança como uma metáfora para a vida é praticamente um clichê. Você precisa ser flexível e ágil e dançar no ritmo da música. Você precisa sentir a pessoa com quem você dança e segui-la. Mas se você tentou fazer algo difícil, dançar é uma metáfora insuficiente. Ninguém sobe em um palco ou entra em uma pista de dança e tenta derrubar os outros dançarinos. Você também não corre o risco de ser estrangulado(a) pelos competidores. (Assim espero, nunca se sabe.) Por outro lado, um lutador precisa saber lidar com adversidade e com o inesperado. É parte do que eles fazem. O esporte que eles escolheram é uma batalha — assim como a vida. E em uma batalha, você não luta apenas contra o oponente. Também luta contra suas limitações, emoções e contra seu próprio treinamento (o ambiente controlado da aula não é o mesmo que a vida real). Destreza e graça não são suficientes. Também precisamos treinar e cultivar a vontade de prevalecer. Nesse aspecto, a filosofia é pedra que usamos para afiar essas habilidades. Aplicação pessoal Sejamos sinceros(as), evitamos os treinos difíceis, as questões mais complicadas da lista de exercícios, qualquer coisa que não esteja em um ambiente controlado ou não tenha um passo-a-passo. Mas como você desenvolveu a confiança e os reflexos necessários para dirigir? Não nas ruas vazias praticando balizas com cones, mas no dia-a-dia, dirigindo nas ruas com pessoas insanas ao seu redor — pedestres suicidas, motoristas de ônibus enfurecidos e motociclistas aventureiros. Por essa razão, não devemos esquecer as palavras de Marco Aurélio: “Porque ser astuto na vida requer estar preparado para encontrar e resistir a ataques repentinos e inesperados. A vida não é um ambiente controlado com cientistas observando por trás do vidro (oi, doutor!). A vida real é uma puta de uma bagunça. Por isso um artista marcial faz sparring. Um gerente precisa sentar e ponderar sobre como aplicar a teoria no seu departamento. Um estudante precisa fazer um projeto com os conceitos que o professor apresentou e se preparar para tudo dar errado. Você precisa do caos. Caso contrário, significa que você espera que tudo seja uma pista de dança livre. Em outras palavras: a expectativa que apenas gera decepção. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#262 — A flexibilidade da mente (ou como não ser um robô e aproveitar as oportunidades) "Lembre-se que mudar sua mente e seguir com a correção de alguém é consistente com o livre arbítrio. Porque a ação é sua, e apenas sua — para cumprir seu propósito de acordo com seu impulso e seu julgamento, e sim, sua inteligência." — Marco Aurélio Quando você diz que vai fazer algo, você faz? Você vai até o fim? Se consegue, é algo impressionante. A maioria das pessoas não consegue se comprometer por mais de uma semana. Mas essa determinação nem sempre é útil. Ela pode criar um tipo de escravidão: o de jamais reconsiderar as situações e o contexto. Cedo ou tarde, a determinação de ferro pode virar um risco. Condições mudam. Novos fatos se tornam conhecidos. Circunstâncias surgem. Se você não se adapta ao novo cenário, se você segue em frente, incapaz de se ajustar a essa informação adicional, você é tão bom quanto um robô. Robôs recebem ordens e as seguem estritamente. Humanos têm plasticidade neural, são adaptáveis. A questão não é ter vontade de ferro, mas uma vontade adaptável — reconhecer as mudanças e usar a razão, dado o novo cenário, para clarificar percepções, impulsos e julgamentos (e jogar fora o que não serve mais). Antifragilidade é resistir a algo e melhorar após o impacto (algo além da resiliência). Mas como você pode melhorar se decidir marcar tudo em pedra? Aplicação pessoal "Quando eu considerar X, é porque minhas outras opções se esgotaram", afirmei categoricamente, há alguns anos, enquanto conversava com minha mãe. Hoje, me pergunto porque relutei tanto em considerar a sugestão. Talvez, no passado, eu tivesse me considerado um fracasso se tivesse logo aceitado a opinião dela — na verdade, provavelmente me sentiria assim. Devo me considerar um fracasso hoje por ter aceitado mudar meus objetivos? Claro que não. As condições eram outras, as expectativas também. O contexto mudou, assim como a coisa mais lógica a ser feita. Não existe fraqueza alguma ou covardia em admitir o erro. Precisamente o contrário. (Ninguém gosta de admitir que está errado, não faz bem para o ego.) Covardia é persistir com algo que não faz mais sentido para não reconhecer a falha no julgamento. Como diria Charlie Munger, "é mais fácil evitar a estupidez do que surgir com uma ideia genial". Se é estúpido continuar fazendo X, então faça Y, mesmo que Y não vá mudar o mundo. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#261 — Lidando com a dor "Para quando você sentir dor: Veja que ela não o desonra nem degrada sua inteligência — não lhe impede de agir racionalmente ou de forma altruísta. E na maior parte dos casos, o que Epicurus disse deve ajudar: a dor não é insuportável ou sem fim, desde que você mantenha em mente os limites que ela possui e não os aumente em sua imaginação. E mantenha em mente também que a dor normalmente se disfarça — febre, perda de apetite, sonolência… Quando você estiver incomodado por coisas como essas, lembre-se: 'Estou me entregando à dor.'" — Marco Aurélio Em 1931, Winston Churchill estava na Cidade de Nova Iorque e foi vítima de um acidente. Um motorista a 50km/h o acertou enquanto atravessava a rua. Testemunhas afirmaram que ele tinha morrido. Felizmente, Churchill não morreu. Ele passou oito dias em um hospital com várias costelas quebradas e uma ferida severa na cabeça. De alguma forma, Churchill conseguiu manter a consciência e falar com a polícia. Em momento algum ele culpou o motorista. Ele disse que a culpa pelo atropelamento tinha sido exclusivamente dele. Depois de descobrir que o motorista que o havia acertado estava desempregado, Churchill ofereceu dinheiro ao homem que lhe atropelou — não para comprá-lo, mas para ajudá-lo. Apesar da dor, ele tentou reduzir a publicidade do acidente para que isso não impactasse a vida profissional do motorista. Anos depois ele escreveu, "A natureza é misericordiosa, ela não tenta um homem, criança ou besta além do que podem aguentar." O mesmo homem que resistiu e impediu a Inglaterra de ruir com os avanços de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Não importa quão horrível uma situação seja, eventualmente tudo estará bem de novo. Você só precisa aguentar. Aplicação pessoal Em A Divina Comédia, Dante descreve uma jornada espiritual. Primeiro, ele se encontra no Inferno, uma área com nove círculos. Em cada círculo, vários tipos de pecadores são condenados a sofrer eternamente. Dante e Virgílio (autor de Eneida e seu guia) atravessam todos os círculos infernais, chegando à saída. Mas a saída leva ao Purgatório e não ao Paraíso. Então, eles precisam cruzar o Purgatório para chegar às portas dos céus. Mas o que é o Purgatório para quem já passou pelo Inferno? Quando você está passando pelo inferno, disse Winston Churchill, continue andando. Churchill resumiu os cantos do poema de Dante, ao mesmo tempo que concorda com Epicuro. Nenhum sofrimento é eterno. Cedo ou tarde, ele chega ao fim. Uma dor persistente que eventualmente desaparece. Um ciclo de eventos negativos que se encerra com alguma boa notícia. A dor de perder alguém, que não desaparece realmente, mas é substituída pelas boas lembranças. E se tudo parecer impossível de suportar, não tente a saída mais fácil, lembre-se de Sêneca e Epictetus: "você quebrou um dedo? Podia ter sido o braço. Você perdeu a carteira? Podia ter sido sua integridade. Você perdeu seus bens? Podia ter sido sua vida." As coisas sempre podem ser piores, então agradeça porque a sua situação não é o pior que poderia ter acontecido. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#260 — Como lidar com quem não gosta de você "Alguém me menospreza. É problema dele. Meu problema: não fazer ou dizer algo desprezível. Alguém me odeia. É problema dele. Meu problema: ser paciente e alegre com todos, incluindo os que me odeiam. Estar pronto para lhes mostrar seu erro. Não de forma rancorosa, ou para me gabar do meu auto-controle, mas de uma forma honesta e correta. (…) É assim que deveríamos ser internamente e jamais deixar que os deuses nos encontrem sentindo raiva ou ressentimento." — Marco Aurélio Marco Aurélio, sendo imperador, provavelmente tinha uma legião de opositores. Pessoas que não concordavam com suas escolhas, que não gostavam dele, políticos que tentavam invalidar suas decisões e inimigos entre seus amigos. Um dos amigos-que-viraram-inimigos de Marco Aurélio tentou matá-lo para tomar o trono do império Romano, afirmando que merecia a coroa mais do que o próprio Marco. Marco conteve sua investida e… o perdoou. Ele não odiou quem o odiava, enquanto o resto da sociedade romana esperava uma condenação. Quando alguém tem uma opinião forte sobre algo, normalmente essa opinião diz mais a respeito da pessoa do que sobre o objeto da opinião. Especialmente quando se trata de preconceito ou ódio em relação a outros. Por essa razão, o Estóico adota a seguinte postura ao encontrar alguém pregando o ódio, expondo uma opinião prejudicial ou falando mal deles: eles se perguntam "essa opinião está no meu controle?", se existe uma chance de influenciá-la, eles educadamente apresentam fatos que mostram o erro na lógica alheia. Caso não possam fazer algo, eles aceitam a pessoa como ela é. Nossa vida já é difícil o bastante. Não temos tempo a perder pensando sobre o que os outros estão pensando, mesmo que seja sobre nós. Aplicação pessoal A atitude estóica em relação aos outros pode parecer passiva, mas é uma lógica simples Se você tenta convencer alguém de que algo não está correto, essa pessoa não aceita seus argumentos nem os fatos e também direciona a raiva a você por ter uma opinião contrária, vale a pena continuar insistindo? Não. A tentativa não foi desperdício de tempo, mas insistir na discussão seria. Pessoas que têm algum tipo de preconceito fecharam a mente. Elas acreditam apenas naquilo que percebem como sendo verdade. Mas para cada trouxa de mente fechada, você pode encontrar dezenas de pessoas de mente aberta. Um bom exemplo sobre como lidar com opositores é o autor Neil Strauss. Sempre que ele começa a escrever um livro, ele pensa em todos os possíveis contra-argumentos serão usados para invalidar suas afirmações e apresenta as respostas no próprio livro. Se não adiantar e alguém surgir afirmando que ele escreveu 400 páginas de besteiras, ele vai ficar perturbado? Não, ele aceita que existem pessoas incapazes de aceitar outros pontos de vista. Essas pessoas vão dar uma estrelinha na Amazon, mas muitas outras vão achar utilidade naquilo que ele escreveu. Não perca seu tempo se preocupando com o que os outros pensam de você ou deixam de pensar, mas não perca a chance de mostrar a verdade a alguém sempre que for possível — seja a acusação a respeito de você ou não. Porque mesmo que não seja a vítima do preconceito ou do ódio, você pode ajudar a contê-los. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#259 — Resiliência é mais importante do que ter sorte "Sucesso vem ao encontro do humilde e do pobre em talento, mas a característica especial de uma grande pessoa é saber triunfar sobre os desastres e pânicos da vida humana." — Sêneca Eu conheço pessoas que ganharam na loteria da vida. Você também deve conhecer alguém assim. Pessoas que, desde o nascimento, tiveram uma sorte impossível de conceber, que, apesar de imprudentes, terem o costume de fazer péssimas escolhas, jamais se planejarem, conseguiram sobreviver sem um arranhão e com algumas conquistas nas costas. É natural sentir um pouco de inveja. Quem não quer uma vida fácil? Mas uma vida fácil é tão invejável assim? Qualquer idiota pode ter sorte. Podemos criar a própria sorte. Não é uma habilidade paranormal. Desenvolver resiliência (ou se tornar antifrágil), contudo, é algo admirável. Nesse caso, a sobrevivência não é fruto de circunstâncias ou de um berço de ouro, mas de superar as dificuldades e continuar quando outros desistem. Como bônus, essa pessoa também aprende a controlar as próprias emoções. Nas palavras de Bruce Lee, "não peça por uma vida fácil, peça pela força para superar uma difícil". Aplicação pessoal Joe De Sena, criador da Spartan Race, tem o costume de dizer que as pessoas precisam sofrer mais. Traduzindo: elas precisam desafiar as próprias expectativas. Quando você força o corpo (ou a mente) além do que acreditava ser seu limite, seu padrão de referência para coisas ruins muda. Você cria um novo conjunto de padrões e os problemas do dia-a-dia assumem uma nova proporção — eles se tornam insignificantes. Meu dia pode ter sido estressante, mas nada parece tão ruim depois de três séries na hack machine com carga de 50kg. (Só falto morrer). Agora, imagine uma pessoa que sempre conseguiu o que quis sem muito esforço, alguém que não precisou lidar com obstáculos. Os pequenos problemas do dia-a-dia se tornarão monstros inomináveis, enquanto, para você, eles são o equivalente a insetos zumbindo. Como disse Sêneca, "ninguém é destruído pela Sorte, exceto quando, primeiro, são enganados por ela". @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#258 — Nós não somos Estóicos "Primeiro pratique não contar as pessoas quem você é — mantenha sua filosofia para você por um tempo. Da mesma maneira que uma fruta é produzida — a semente é enterrada em uma estação, escondida, crescendo gradualmente de forma a chegar à maturidade. Mas se os grãos brotarem antes que o caule esteja completamente desenvolvido, jamais serão colhidos… Este é o tipo de planta que você é, apresente o fruto cedo demais e o inverno o matará." — Epictetus Em A Lógica do Cisne Negro, Nassim Taleb fala da Antibiblioteca de Umberto Eco. Os visitantes do signore Eco podiam ser divididos em dois grupos: 1. O grupo que, ao ver a biblioteca, perguntava: “Uau, professore dottore Eco, que biblioteca o senhor tem! Quantos desses livros o senhor já leu?”. 2. O outro grupo entendia que a biblioteca particular não é um apêndice para elevar o ego, e sim uma ferramenta de pesquisa. Afirmar que somos estóicos porque gostamos das ideias, brincar com livros de retórica complexa, ou possuir uma biblioteca intimidante que de nada serve é como ter um jardim com intuito de impressionar os vizinhos — o propósito oposto ao da biblioteca de signore Eco. A biblioteca de Umberto Eco não era uma propriedade pessoal com intuito de impressionar as pessoas, da mesma forma que Eco não escrevia para parecer inteligente. Ele entendia que filosofia (no caso, a semiótica) precisava ser estudada, compreendida e aplicada e, para isso, ele também precisava dessa biblioteca extensa. As raízes da filosofia levam tempo para se espalhar e dependem da prática, não de apenas conhecer a teoria e acumular livros. Livros são uma ferramenta, mas por si só não são o bastante. Entender isso é começar a criar um jardim cujos frutos têm utilidade, ao invés de ser apenas decoração. Aplicação pessoal Você não é uma pessoa estóica. Eu não sou uma pessoa estóica. Ainda estamos no processo vegetativo. Mas, neste momento, posso parecer hipócrita. Você pode afirmar que estou indo contra as palavras de Epictetus. Em minha defesa, escrever é uma forma de refletir sobre o que aprendi. Da mesma forma que Meditações era um exercício espiritual de Marco Aurélio para ele mesmo, meus textos tendem a ser uma reflexão pessoal, uma tentativa de transpor o que li em algo mais prático — lembretes que poderei usar nos momentos que sair do caminho. (Poderia escrever e não publicar, mas ao tornar os textos públicos, sou obrigada a continuar a escrevê-los). É uma das formas que tenho para cuidar das sementes. Mas fazer uso daquilo que escrevo sempre será mais eficaz que escrever. No seu caso, fazer uso daquilo que lê, ou encontrar sua forma de aplicar. Filosofia não é uma roupa que você coloca ou um discurso que profere quando for conveniente. Utilizando as palavras de Sêneca para resumir as de Epictetus: filosofia é para agir, não para falar. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#257 — Peça por aquilo que está em seu poder "Ou os deuses existem ou eles não existem. Se eles não existem, por que rezar? Se existem, por que não rezar por algo diferente do que coisas acontecerem ou não? Reze para não sentir medo. Ou desejo, ou tristeza. Se os deuses podem fazer algo, eles podem fazer isso por nós." — Marco Aurélio Se você deseja que algo aconteça (ou não aconteça), o ato de pedir por isso a uma entidade invisível é uma prece. Ou seja, rezamos bem mais do que achamos. Nesses momentos, quando estamos sozinhos e pedimos por algo, revelamos quão egoístas e preguiçosos realmente somos. Esperamos que uma entidade superior provoque uma intervenção divina e resolva nossos problemas. Que ela forneça os números da Mega Sena para não termos que juntar o dinheiro nós mesmos. Que ela faça aquela pessoa vir a nós, ao invés de ter coragem e abordá-la (correndo o risco de sermos rejeitados). Em raros momentos pedimos por coragem para agir, força para suportar algo ruim, sabedoria para não escolhermos mal ou senso de justiça para sabermos como lidar com os outros — as próprias características que deveríamos desenvolver sem ajuda divina. Não é melhor pedir por algo que nós mesmos podemos desenvolver? Caso os deuses não existam, temos como resolver a situação. Se existem, eles não terão problemas em reforçar nossas virtudes. Aplicação pessoal Bruce Lee uma vez disse, "não peça por uma vida fácil, peça pela força para suportar uma difícil". As palavras de Bruce Lee são uma releitura das palavras de Marco Aurélio. Se existe um plano divino, então tudo acontece como deveria — de forma a nos ensinar alguma coisa. Se não existe, tudo é fruto do acaso. Em ambos os casos, não importa quão intensa seja nossa prece, as coisas irão acontecer como devem. Ao invés pedir para que as coisas sejam diferentes (viagem no tempo ainda não é possível), devemos nos perguntar: o que é necessário para conduzir a situação sem grandes problemas? A resposta dessa pergunta é o que devemos pedir que nos seja concedido. Se um dos seus melhores amigos se suicidar, não peça aos céus para que seja mentira ou recrimine os deuses pelo que houve. Peça por auto-controle e capacidade para suportar a realidade. Se você perder seu dinheiro, não peça para que o número da Mega Sena apareça em sonhos. Peça por discernimento e sabedoria para que esse erro não seja repetido. Desenvolva clareza e procure por aquilo que está em seu poder. Talvez suas preces já tenham sido atendidas. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#257 — Peça por aquilo que está em seu poder "Ou os deuses existem ou eles não existem. Se eles não existem, por que rezar? Se existem, por que não rezar por algo diferente do que coisas acontecerem ou não? Reze para não sentir medo. Ou desejo, ou tristeza. Se os deuses podem fazer algo, eles podem fazer isso por nós." — Marco Aurélio Se você deseja que algo aconteça (ou não aconteça), o ato de pedir por isso a uma entidade invisível é uma prece. Ou seja, rezamos bem mais do que achamos. Nesses momentos, quando estamos sozinhos e pedimos por algo, revelamos quão egoístas e preguiçosos realmente somos. Esperamos que uma entidade superior provoque uma intervenção divina e resolva nossos problemas. Que ela forneça os números da Mega Sena para não termos que juntar o dinheiro nós mesmos. Que ela faça aquela pessoa vir a nós, ao invés de ter coragem e abordá-la (correndo o risco de sermos rejeitados). Em raros momentos pedimos por coragem para agir, força para suportar algo ruim, sabedoria para não escolhermos mal ou senso de justiça para sabermos como lidar com os outros — as próprias características que deveríamos desenvolver sem ajuda divina. Não é melhor pedir por algo que nós mesmos podemos desenvolver? Caso os deuses não existam, temos como resolver a situação. Se existem, eles não terão problemas em reforçar nossas virtudes. Aplicação pessoal Bruce Lee uma vez disse, "não peça por uma vida fácil, peça pela força para suportar uma difícil". As palavras de Bruce Lee são uma releitura das palavras de Marco Aurélio. Se existe um plano divino, então tudo acontece como deveria — de forma a nos ensinar alguma coisa. Se não existe, tudo é fruto do acaso. Em ambos os casos, não importa quão intensa seja nossa prece, as coisas irão acontecer como devem. Ao invés pedir para que as coisas sejam diferentes (viagem no tempo ainda não é possível), devemos nos perguntar: o que é necessário para conduzir a situação sem grandes problemas? A resposta dessa pergunta é o que devemos pedir que nos seja concedido. Se um dos seus melhores amigos se suicidar, não peça aos céus para que seja mentira ou recrimine os deuses pelo que houve. Peça por auto-controle e capacidade para suportar a realidade. Se você perder seu dinheiro, não peça para que o número da Mega Sena apareça em sonhos. Peça por discernimento e sabedoria para que esse erro não seja repetido. Desenvolva clareza e procure por aquilo que está em seu poder. Talvez suas preces já tenham sido atendidas. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#256 — Como se proteger do medo "Não, são os eventos que provocam medo — quando outro tem poder sobre eles ou pode preveni-los, essa pessoa se torna capaz de inspirar o medo. Como a fortaleza é destruída? Não por ferro ou fogo, mas por julgamentos… Aqui é onde devemos começar e a partir daqui devemos aproveitar a fortaleza e depor os tiranos." — Epictetus Os estóicos possuem um conceito chamado de Cidadela Interior. Na sua concepção, essa fortaleza é o que protege a alma. Podemos estar fisicamente vulneráveis ou à mercê do destino, mas nosso interior permanece impenetrável. Pense em James Stockdale preso no Vietnã por quase 8 anos e sendo capaz de manter a sanidade. Contudo, todo sistema é tão forte quanto seu elemento mais fraco. Neste caso, vamos assumir que, se existe uma fortaleza inexpugnável, alguém habita esta fortaleza. Nenhuma defesa será útil se uma entidade de caráter questionável resolver abrir os portões. Entregar-se ao medo (ou à raiva) provoca a abertura dos portões para outras emoções e impressões negativas. Você tem uma fortaleza a defender, não deixe qualquer um que bater à porta entrar. Nem todas as impressões são verdadeiras. Aplicação pessoal Um dos pontos principais do estoicismo é aprender a diferença entre aquilo que está na nossa esfera de controle e aquilo que não está. Cientificamente falando, esse princípio também ajuda a controlar o medo. Quando nos sentimos no controle, ficamos menos propensos a nos apavorar. Por essa razão, algumas pessoas perderam a cabeça com o surto de Ebola, mas continuaram a não usar cinto de segurança — mesmo que a chance de morrer em um acidente de carro seja maior à de morrer por causa de Ebola. Felizmente sempre temos oportunidade de exercer controle. Se não temos como controlar ou influenciar o evento, podemos controlar nossa percepção sobre ele. Mesmo que algo pareça, inicialmente, aterrorizante, podemos escolher analisá-lo racionalmente ao invés de se deixar levar pela primeira impressão. Voltamos ao velho: pare, respire e não adicione juízo de valor. Analise os fatos pelo que eles são, não pelo que eles parecem. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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#255 —Como não ser um idiota arrogante "Zenão sempre dizia que nada é mais inconveniente do que arrogância, especialmente com os jovens." — Diógenes Isócrates escreveu uma carta para Demonicus de forma a orientar o jovem que havia perdido o pai. Em um trecho da carta, ele diz: Seja amável em suas relações com aqueles que se aproximarem de você e jamais altivo; porque o orgulho do arrogante nem mesmo os escravos conseguem tolerar. Na arte, um tema comum é o pirralho mimado e super confiante que precisa aprender algumas lições com um mestre sábio. É um cliché porque é um fato. As pessoas tendem a colocar o carro na frente dos bois acreditando que possuem todas as respostas. Até o momento em que sofrem uma queda assustadora — cuja origem tende a ser sua própria arrogância ou o mestre sábio que precisa forçar algum conhecimento. Isócrates advertiu Demonicus sobre esse comportamento, sobre acreditar em excesso e supervalorizar a própria capacidade. Demonicus pode ter seguido, ou não, o conselho do amigo de seu pai. Você tem a mesma escolha. Aplicação pessoal D'Artagnan se enquadra perfeitamente na definição de pivete insuportável. Sua arrogância o levou a ser ridicularizado, espancado e ter sua carta de recomendação roubada. Mas não foi o suficiente para ele deixar de ser babaca. A personagem de Dumàs fez uma escolha. Você pode escolher algo diferente. Ralph Waldo Emerson uma vez disse: "todo homem que conheci, em algum momento, foi meu mestre". E Sócrates afirmou: "só sei que nada sei". Se essas duas afirmações fossem mantidas em mente, a bolha do ego jamais seria inflada — logo, não precisaria ser estourada e, consequentemente, ninguém precisaria passar vergonha. Você não têm todas as respostas (nem eu, nem Sócrates, nem Emerson) e alguém sempre saberá mais do que você. Aceitar isso significa eliminar o excesso de confiança — o que lhe tornará uma pessoa mais simpática e com pés no chão. Em outras palavras: seja realista e você não terá tantas surpresas desagradáveis. @estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)
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