Cristian Derosa

Apropriação e instrumentalização Muitos modos de agir nas ideias, escolhendo pautas ou tópicos para dar "vantagem" sob a justificativa do combate a outras ideias ou agendas, beneficiam, no fundo, correntes e linhagens de ideias desconhecidas destes presumidos "influenciadores" e instrumentalizadores que se veem como mágicos ou prestidigitadores do mundo do pensamento. Como ficou claro no exemplo histórico das ideias de Heidegger, expresso na amostra da primeira edição da revista Regina Milites (enviado ontem aos assinantes da newsletter), a corrente neofascista avança sorrateiramente tanto na direita quanto na esquerda, sendo que estas correntes políticas não aprofundam as suas próprias convicções em nada, embora ajudam numa infiltração vertiginosa de ideias e propósitos verdadeiramente revolucionários. Um exemplo é o próprio nacionalismo, que foi progressivamente desligado do simbolismo católico através das monarquias pelos revolucionários — as grandes revoluções e guerras dos últimos séculos terminaram com a extinção das monarquias e isto indica uma das suas principais motivações, já que maçons e esotéricos sempre estiveram por trás dos processos de secularização da sociedade. Assim, os nacionalismos do século XX foram instrumentos revolucionários, sejam na acepção de um nacional-socialismo (como o alemão) ou na guerra entre nações proletárias contra burguesas (no fascismo italiano e no stalinismo), no concurso de imperialismos liberais que procuraram uma hegemonia de esquerda ou de "direita", baseada no esvaziamento das tradições e dos valores morais que chamamos de globalismo. No final, contra esse globalismo que se propõe universal, o nacionalismo se tornou um mecanismo necessário de autodefesa, como no Brexit e outros movimentos neoconservadores da direita norte-americana liberal e no Brasil com o bolsonarismo. Mas, por fim, na ânsia de buscar um fundamento mais concreto para além da mera defesa contra o globalismo, e impedidos de buscar a identidade católica por um compromisso politico que conduziu ao ecumenismo e até a um ideal interreligioso, foi de certa forma natural que a ênfase revolucionária retornasse como um recurso da busca por raízes nacionais independentes da religião, de um tradicionalismo genérico, étnico, ligado à terra, retrocedendo até a base das restaurações espirituais gnósticas do nacionalismo que já existe paralela e subterraneamente nos movimentos islâmicos radicais, no neofascismo russo e europeu, por meio do legado de filósofos como Heidegger. Este foi o movimento que avançou, e tem avançado, soterrando naturalmente qualquer resistência conservadora, pois aquele movimento é estruturado o suficiente, contando com gerações de intelectuais e debates que o tornaram capaz de se beneficiar da conjuntura global.

"Jesus Cristo recebe o mundo das mãos de Deus Pai" 1657 Por Antonio Arias Fernández "O Criador e Senhor de tudo amou tanto o mundo, que enviou Seu Filho para sua Salvação, o Príncipe e Salvador dos fiéis, que lavou e secou nossas feridas, e dEle também veio aquele doce remédio, do qual todos os bens da Salvação fluem." Santa Hildegarda de Bingen, Doutora da Igreja

Como a data prometida originalmente era hoje, irei disponibilizar aos assinantes (por e-mail) uma prévia da revista.

Culturalmente, sempre que a esquerda conciliou com costume ou comportamento tradicional, foi para destruí-lo. Já a direita acha necessário misturar-se com a desconstrução na esperança de obter a esmola de um espaço na opinião pública.

A primeira edição da revista Regina Milites já está quase pronta para ser enviada aos assinantes, no dia 17 de setembro, dia das Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. A edição será enviada a todos os que assinarem a newsletter (clicando aqui). Alguns títulos da primeira edição são: São Miguel, príncipe das milícias celestes O corpo místico de Satanás Messianismo russo: “Grande Monarca” de Nostradamus e a “Terceira Roma” O modernismo de Alexander Dugin Os riscos espirituais da inteligência artificial A grande ingenuidade dos apóstolos da Educação Clássica Iniciação maçônica: um pacto que bloqueia o dom da fé Entre outros...